O Ricardo Jordão do Bizrevolution levantou uma questão muito interessante e relevante para esses tempos em que vivemos. Ele apresenta um gráfico do New York Times sobre a variação de empregos nos EUA. No gráfico é possível observar que as posições industriais são as que mais declinaram, levando à questão apresentada pelo Ricardo:

A redução das posições de entrada é um sinal de que as máquinas vão tornar os seres humanos obsoletos. Se a carruagem andar nessa direção, vamos testemunhar um momento onde milhões de seres humanos não vão ter o que fazer em termos de trabalho. Como será a sociedade quando isso acontecer daqui, digamos, 20 anos?

O escritor Jeremy Rifkin, autor do livro “O Fim dos Empregos” fala que essa crise é inevitável.

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Será esse o fim dos empregos?

O setor empresarial acredita que automatizar é a solução para aumentar a competitividade. Porém, na medida que os salários baixam e as posições de emprego são eliminadas, temos uma queda do poder aquisitivo. Essa queda impacta diretamente nos mercados consumidores, transformando a corrida pelo consumidor em uma disputa por custos. Essa disputa, por sua vez, obriga a reduzir ainda mais salários, pessoas, investimentos, reduzindo ainda mais o poder aquisitivo das classes mais baixas. Agora, apesar de ter alguém sempre lucrando com tudo isso, com certeza está gastando muito mais com segurança para si e sua família. Também deve pagar cada vez mais impostos para a construção de presídios, já que as pessoas sem oportunidades também ficam sem escolhas. Não é um processo lá muito sustentável, não é mesmo?

Para quem as empresas vão produzir se a maior parte da população mundial não tem como pagar? Não será melhor desenvolver mercados, investindo em educação, saúde, iniciativas empreendedoras locais, comunidades sustentáveis e afins?

Para Jeremy Rifkin, essa crise também pode ser uma oportunidade. Ao reduzir a jornada de trabalho, ao se poupar o trabalho humano sem reduzir o poder aquisitivo, consegue-se liberar milhões de pessoas para que possam restaurar a vida familiar e comunitária, enfim, a vida civil. Trata-se de trabalhar para viver, libertar a comunidade, restaurar a família e a comunidade civil. Isso significa recontruir a sociedade, dar oportunidade para florescer um novo homem, uma nova mulher, uma nova criança, uma nova família. Também representa a manutenção do mercado consumidor, a melhoria da qualidade de vida das pessoas e a redução da violência, uma vez que criam-se oportunidades de trabalho no terceiro setor. De fato, é melhor investir em ONGs do que construir mais e mais prisões.

Créditos pela foto: atomicjeep

Referências:

Ioschpe, Evelyn [et. al]. 3º Setor – desenvolvimento social sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. Capítulo 2 – Identidade e natureza do Terceiro Setor por Jeremy Rifkin.

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Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.