Foi lançado em 29/11 a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia para residências, que busca garantir a eficiência energética dos imóveis. A certificação, embora não obrigatório, prevê que moradores de imóveis com a etiqueta reduzam de 30% a 40% na conta de luz.

Como no caso dos eletrodomésticos, a classificação vai de A a E conforme o nível de eficiência. Em prédios de apartamentos, cada unidade terá a sua etiqueta conforme seu nível de eficiência energética. O prédio como um todo, bem como as áreas comuns, recebem uma etiqueta específica. Assim, na hora de comprar um imóvel será possível verificar a relação custo do imóvel e economia de energia a longo prazo.

Essa certificação é um passo importante na conscientização da população sobre o uso racional dos recursos. A ideia de gastar porque se pode pagar hoje não garante que poderemos suprir nossas necessidades no futuro. Basta imaginar que construções com um planejamento energético ruim precisam obrigatoriamente do uso do ar condicionado no verão, ou de aquecedores no inverno. Ambos dependentes de recursos naturais, renováveis ou não.

Considerando que a cidade de São Paulo teve sua temperatura média aumentada em 2,5 graus apenas pela urbanização sem critério, imagine o que pode ocorrer com o aumento global da temperatura. Será que teremos recursos (e aqui entenda-se dinheiro) para pagar o aumento dos custos com conforto térmico?

A capacidade de garantir um conforto térmico deve ser a nossa principal preocupação ao buscar um imóvel. Uma menor dependência de recursos externos ao imóveis (energia, gás) para garantir um ambiente mais agradável pode ser a diferença entre dormir  tranquilo ou ficar acordado com a cabeça quente. Seguem algumas dicas sobre o que observar na compra de um imóvel:

  • A intensidade do sol em diferentes épocas – o ideal é que a casa receba muito sol no inverno e pouco no verão.
  • A posição relativa do sol em diferentes épocas;
  • A necessidade de calor do sol, em diferentes épocas, para fornecer conforto térmico (calor no inverno e frescor no verão);
  • Capacidade de armazenagem da edificação em relação ao ganho solar – observar os materiais usados na construção é importante para avaliar a variabilidade térmica do imóvel em relação ao ambiente externo;
  • A posição da cozinha e da geladeira em relação ao sol – quanto mais fresco o local onde fica a geladeira, menor seu consumo. O mesmo vale para o ar condicionado;
  • Verificar como são só ventos da região e observar posição de janelas e portas. O ar quente sempre tenderá a subir e o frio, a descer. Assim, no verão é ideal que o ar tenha como escapar por cima. Já no inverno, as vedações precisam ser reforçadas tanto para que o ar frio não entre quanto para que o quente não saia. Isso é possível através da análise de frestas e outros pontos de infiltração da residência.

Mas se você já tem um imóvel e acredita que sua eficiência térmica não seja muito boa, nas próximas semanas vou dar algumas ideias sobre o que é possível fazer em imóveis já construídos para melhorar seu conforto térmico.

Saiba mais sobre  certificação de imóveis

Nova certificação brasileira avalia se imóvel economiza energia

Créditos pela foto: www.freedigitalphotos.net


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.