Aqui no Campus Party 2009, entre geeks, nerds, blogueiros, jornalistas e outros, comecei a pensar sobre o potencial que a tecnologia tem de simplificar a vida. As mudanças originadas pela internet vieram para ficar. As ferramentas gratuitas de colaboração on line hoje são realidade. Não precisamos mais ter um editor de texto instalado na máquina; só precisamos de internet. 

Mas, como a WEB pode nos tornar seres mais simples e, ao mesmo tempo, mais conscientes de nós mesmos?

Cinco anos atrás, ter um notebook era algo notável, face ao preço e às condições de pagamento. Hoje, para onde quer que eu olhe, vejo essas maravilhas modernas espalhadas por inúmeras mesas e mãos. Diferentes modelos, diferentes usos, diferentes objetivos. Quase não vejo papéis e ainda não sei onde esconderam as impressoras. Pois é… o papel é um instrumento lento demais para as necessidades das novas gerações: sedentas por mudanças, ansiosas por novidades.

Nestes tempos, dizem que a única coisa certa é a mudança. Tudo está condenado ao aperfeiçoamento, inclusive o próprio ser humano. Interfaces cada vez mais amigáveis, simples e objetivas estão nascendo (basta ver o sucesso do iPhone).  Processos burocráticos entram em extinção. Os fins não justificam mais os meios. É preciso pensar diferente, simplificar o que existe e partir para novas descobertas.

Mas, será que somos seres fáceis de simplificar? Não é o homem o ser mais complexo da face da terra, repleto de dúvidas sobre si e de como se relacionar com o mundo? 

Lendo o livro “Simplicidade voluntária” de Duane Elgin, aprendi que assumir um estilo de vida simples é uma atitude que diminui as cobranças externas para aumentar a vida interior. Então, quando complicamos nossa vida exterior, deixamos de atender aos questionamentos interiores. Sempre existem entraves que nos impedem de ouvir a voz interior, algo que sempre repele sentimentos e emoções desconhecidas. 

Para concluir, o que vai acontecer quando as interfaces tecnológicas forem simplificadas, os computadores totalmente amigáveis e os softwares livres? Quando não existirem mais distrações para dificultar o contato com a voz interior, estaremos dispostos a ouví-la?

E você, querido leitor, o pensa sobre o assunto? Sua opinião é muito importante.

 

Créditos pela foto: HaPe_Gera


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.