O termo Comércio Justo, uniformizado em 2001 na Conferência anual da International Federation of Alternative Trade – IFAT define que:

“Comércio Justo é uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior eqüidade no comércio internacional. Ele contribui para o desenvolvimento sustentável através de melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados – principalmente do Sul.” (fonte: FACES do Brasil)

Para que uma relação comercial seja considerada “justa”, ela precisa considerar alguns princípios como:

  • Transparência e co-responsabilidade na gestão da cadeia produtiva e comercial
  • Relação de longo prazo que oferece treinamento e apoio aos produtores e acesso às informações do mercado.
  • Pagamento de preço justo no recebimento do produto, além de um bônus (premium), que deve beneficiar toda a comunidade, e financiamento quando necessário.
  • Produtores organizados democraticamente, (p. ex. em cooperativa).
  • Legislação e normas (p. ex. trabalhistas) nacionais e internacionais são respeitadas e crianças estão na escola.
  • Respeito ao meio ambiente. (fonte: Sebrae – Pesquisa mundial de comércio justo : 2007)

O primeiro rótulo para classificar produtos fruto de comércio justo foi criado pela agência de desenvolvimento holandesa Solidaridad em 1988. O produto a usá-lo foi o café do México, marca Max Havellar, vendido nos supermercados holandeses.

No final dos anos 80, início dos 90, a iniciativa é replicada em outros mercados em toda a Europa e América do Norte.

Em 1997 foi fundada a Fairtrade Labelling Organizations International (FLO), estabelecida em Bonn – Alemanha, com o objetivo de padronizar os rótulos de identificação, bem como uniformizar normas e certificações.

Em 2002, a FLO lança a certificação internacional FAIRTRADE Mark, que buscava melhorar a visibilidade da marca nas prateleiras dos supermercados, facilitar o comércio internacional e simplificar procedimentos de exportação para os produtores e exportadores.

Em 2004, FLO divide em duas organizações independentes: FLO, que estabelece normas para o comércio justo e fornece apoio ao produtor, e FLO-CERT, que audita e certifica organizações de produtores e comerciantes. (fonte: www.fairtrade.net)

No Brasil, o movimento para promoção do comércio justo começou em 2001, com a articulação de produtores, entidades de assessoria e entidade governamentais para a criação do FACES do Brasil, uma plataforma de entidades e atores do movimento do Comércio Justo e Solidário que busca o fortalecimento e a consolidação desse no Brasil.

Comércio justo e sustentabilidade

Comércio justo: uma questão de equilíbrio.
Comércio justo: uma questão de equilíbrio.

A base de crescimento do comércio justo são os consumidores conscientes ou responsáveis. Preocupados com o impacto de seu consumo, tanto sobre o planeta quanto sobre a pobreza observada no mundo, esses consumidores planejam seus gastos com cuidado. Em geral, buscam produtos que respeitem ao meio ambiente, remunerem os produtores de forma justa, apresentem preço justo, entre outras coisas.

Outra característica desse consumidor é privilegiar produtos oriundos das culturas e comércios locais, próximas à sua residência, o que promove a economia local, além de ajudar a diminuir as emissões de gases do efeito estufa (oriundos da queima de combustível no transporte).

Nesse contexto observa-se um grande laço entre o comércio justo e o comércio de orgânicos, que buscam fornecer produtos que colaboram tanto com o meio ambiente, quando com a sociedade e o desenvolvimento das culturas locais. Dessa forma, a adoção das práticas de comércio justo colabora significativamente com a sustentabilidade do modo de vida atual, uma vez que promove a interdependência entre produtores e consumidores, igualdade nas relações de troca, uso racional e ecológico dos recursos naturais, e o fortalecimento do conceito de vida simples (focado no SER e não no TER), suplantando a cultura do consumo pelo consumo.

O que podemos fazer

Ao identificar uma necessidade de compra, pesquisar as enumeras opções disponíveis no mercado é a única maneira de escolher um produto que atenderá tanto a sua necessidade quanto às necessidades das futuras gerações.  Para ajudar nesse trabalho, o Instituto Akatu criou o Guia de Empresas e Produtos, que apresenta não só os produtos de cada empresa cadastrada, como também o que ela tem feito para se tornar cada vez mais responsável.

Outra forma de contribuir para o comércio justo é se informar sobre o assunto (abaixo relaciono algumas fontes muito valiosas) e divulgar entre amigos e familiares. Precisamos, cada vez mais, promover a cultura do ganha-ganha em nossas vidas. Cabe ressaltar que, se estamos observando a maior crise econômica de nossos tempos, devemos em grande parte ao pensamento:  para que alguém ganhe, alguém tem que perder.

Fontes de Referência

Participe da promoção no Mais Com Menos

Em comemoração aos 100 posts do Mais Com Menos, vamos presentear um leitor com o  livro “Vamos Falar de Dinheiro”, escrito pelo Conrado Navarro do Dinheirama.com. Com uma linguagem acessível, o livro  ensina desde organizar as finanças, criar um planejamento financeiro e aprender a escolher entre alternativas de investimentos, sem aquele monte de termos técnicos em “economês”. Uma ótima leitura para manter nossas finanças saudáveis.

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Créditos pela foto: procsilas


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.