Deus, ao criar a Terra, deu o domínio ao homem. Isso significa que todos os homens deviam ser beneficiados com as bençãos do planeta, e de forma sustentável.  Mas, para aqueles que se permitiram corromper pelo vil metal, somente ganhar dinheiro para si mesmo é o que importa, sendo as vítimas do processos apenas baixas de guerra.

Revivendo a ignorância de assassinatos como de Chico Mendes (1988) e Dorothy Stang (2005), este ano vimos o caso do casal corajoso de ambientalistas e castanheiros, José e Maria (24 de maio de 2011). Logo em seguida, a violência contra aqueles que vivem do extrativismo também aumentou, junto com o crescimento de 500% do desmatamento do Mato Grosso e 72% na Amazônia (revista Viver Simples, edição 108, pag 38).

Mas por que isso continua acontecendo? Para onde vai toda a madeira sangrenta e ilegal extraída das nossas florestas? Se digitamos “combate madeira ilegal” no google, vamos encontrar uma quantidade imensa de artigos falando da preocupação de vários estados brasileiros e até de outros países com a exploração e entrada de madeira ilegal em sus territórios. Só que, assim como o tráfico de drogas só existe em razão de seus consumidores, também a madeira ilegal é produzida para um mercado específico.

Muitos homem estão corrompidos pelo dinheiro e vendem até a sua alma para obtê-lo, na crença absurda que não serão responsabilizados por isso. Muitos acreditam que são joguetes do sistema e não podem ter escolhas diferentes. Isso é uma total falta de conhecimento. Todos temos nosso livre-arbítrio e somos livres para tomar nossas próprias decisões. Se não o fazemos, isso também é livre-arbítrio. E cada escolha terá sempre uma conseqüência.

Está escrito em Gálatas 6:7 a 10 “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia do Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos da fé.” Preciso falar mais?

Está mais do que na hora de encaramos essa questão. Não existe ação sem uma reação. Quando financiamos mercados ilegais, teremos que responder por isso mais cedo ou mais tarde. Por isso, nunca é demais lembrar que precisamos combater o comércio de madeira ilegal, alem de outras atividades ilícitas. A exploração só existe porque existe mercado. E isso começa em casa, tomando muito cuidado quando for construir, reformar e comprar móveis. Exija sempre o certificado de origem da madeira e nunca compre madeira de lugares pouco confiáveis.

Também é importante aprender a dizer não para outras coisas ilegais ou prejudiciais para os comércios. Saber comprar é uma arte que pode tanto fortalecer boas empresas quanto financiar a destruição de matas, comunidades e vidas.

“Mas sou apenas um” ou “Não tenho tempo para pensar sobre isso”, você pode estar pensando. Cabe ressaltar que o medo de agir e a preocupação excessiva consigo mesmo são escolhas, mas que tem conseqüências graves. Não vivemos isolados nesse mundo e precisamos de muitas, muitas pessoas para continuar a viver como o temos feito até hoje.  Principalmente nas grandes cidades, onde nem a água que bebemos é natural.

Créditos pela foto: Stoonn / FreeDigitalPhotos.net


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.