No artigo anterior abordei a importância da qualidade na administração da vida e como o Planejamento estratégico é importante para que consigamos alcançar o sucesso. Para realizar um objetivo devemos traçar um plano para atingi-lo. Não se pode apenas querer. Temos que colocar a mão na massa e realizar de acordo com o que, quando e onde queremos.
Nestes dez anos de vida profissional já realizei mais de 2800 horas de auditoria e tive a oportunidade de verificar em algumas empresas trabalham com vários tipos de planejamento, sendo os mais usados: Ideológico, Acaso, Centralizador e Coodenado.
Mas como, durante uma auditoria, podemos perceber como funciona ou se existe um Planejamento dentro de uma empresa?
O objetivo de uma auditoria, dentro do escopo determinado (o que vai ser auditado), é sempre buscar evidencias de que os processos atendem os requisitos (especificações) estabelecidos. Dentro do processo auditado podemos evidenciar como funciona o planejamento estratégico da empresa baseado nas informações prestadas e na ligação entre processo e suas políticas de qualidade, ambiental, visão, missão e valores.
Podemos começar com as empresas que possuem o Planejamento Estratégico Ideológico. Vejam abaixo a definição de Ideologia:
“Filos Ciência que trata da formação das idéias. 2 Tratado das idéias em abstrato ” (fonte)
As empresas que possuem este tipo de planejamento querem crescer ou aumentar seu faturamento, almejar novos mercados, mas na verdade não praticam o simples, que é colocar no papel e traçar um plano.
Já o Planejamento Estratégico Acaso significa:
“1 Acontecimento incerto ou imprevisível; sucesso imprevisto, casualidade, eventualidade. 2 Caso fortuito. 3 Destino, fortuna, sorte. 4 Filos Acontecimento que não tem o grau de determinação normal que o homem poderia prever. adv Porventura, quiçá, talvez. Ao a.: sem reflexão; a esmo, inadvertidamente, à toa”. (fonte)
Embora seja realizado um planejamento de forma organizada, colocando a idéia no papel, fazendo um estudo sobre o assunto, traçando objetivo dentro do planejamento e gerando metas, o mesmo não é monitorado e fica ao critério de forças externas ou sorte a condução e o sucesso do planejamento.
A falta de monitoramento leva a descrença dos envolvidos e falhas no curso do planejamento. Pode-se até obter sucesso, mas não foi de uma maneira controlada. Caso não sejam realizadas avaliações periódicas da situação, não há como garantirmos o sucesso. Lembre-se: nosso corpo se movimento conforme informações que passamos para ele, fora isso o mesmo não adivinha para onde você quer ir.
O Planejamento Estratégico Centralizador refere-se a:
“1 Que, ou aquele que centraliza. 2 Partidário da centralização administrativa (concentração das atividades concernentes à função administrativa); centralista. Tornar central”. (fonte)
O responsável pela empresa tem a idéia, realiza o estudo sobre o assunto, coloca a idéia no papel e traça o planejamento, contemplando ações para alcançar o objetivo. Mas o mesmo não divulga aos envolvidos, apenas informando que existe um planejamento. O centralizador quer resolver tudo sozinho e não revela a ninguém às necessidades e as ações tomadas.
Esta atitude em um planejamento empresarial pode levar falhas devido à falta de ações compatíveis com o plano, pois ninguém consegue ver e cuidar de tudo. O trabalho deve ser feito em equipe.
No caso do Planejamento Estratégico Coordenado, temos:
“1 Caracterizado por coordenação. Co.or.de.na.ção 1 Ação ou efeito de coordenar. 2 Estado das coisas coordenadas. Co.or.de.nar 1 Dispor ou classificar em ordem: Coordenou as suas descobertas em um sistema. vtd 2 Dispor ou arranjar na devida ordem ou na posição própria relativa. 3 Combinar(-se) em relação ou ação harmoniosas”. (fonte)
O planejamento é feito, baseado em um objetivo que a empresa quer seguir. É exatamente o exemplo que apresentei no artigo anterior (veja aqui).
Precisamos ter qualidade em todo nosso planejamento pessoal, mas é preciso ter em mente que nada acontece por acaso ou se realiza apenas como uma idéia. Estes quatro tipos de planejamento podem levar a uma situação irreversível (positiva ou negativa) dentro de uma organização ou em nossas vidas , como descrevo a seguir:
Ideológico, Acaso, Centralizador e Coordenado
Citamos acima uma empresa que tem seu planejamento apenas na idéia, ideológico, mas acontece com muitas pessoas que tem grandes objetivos pessoais mas não planejam e escrevem o que fazer para ancançá-los. Quando colocamos no papel, os objetivos tornam-se mais reais, criando também um certo comprometimento interno.
Ao deixar as coisas ao acaso podemos ter uma árvore de possibilidades de resultados (positivos ou negativos), mas com um bom planejamento diminuímos as possibilidades. O planejamento não é um jogo como cara e coroa.
Já centralizar um planejamento pode ser uma opção muito arriscada quando nossas ações dependem de mais pessoas. O planejamento de vida ele pode ser individual ou coletivo (família, amigos), mas nos dois casos temos que ter muito atenção para não querer abraçar tudo. Muitas vezes temos que compartilhar nosso plano com outras pessoas para obtermos sucesso. Por isso muitas pessoas que querem fazer tudo acabam não fazendo nada.
Coordenar as nossas ações durante toda nossa vida é que nos conduz ao sucesso. Então podemos concluir que um planejamento baseado em ações coordenadas tem mais chances de alcançar o objetivo proposto. Mesmo que, em algum momento, as coisas não ocorram como planejamos, o monitoramento e a implementação de ações evitam que o planejamento seja colocado a perder.
Buscar a qualidade em nossa administração de vida depende do quanto nos importamos em coordenar nossas atividades e ações. O planejamento é baseado em estratégia e organização. Mas você consegue se organizar para atender um planejamento? Afinal, a organização também tem um grande impacto no caminho do sucesso. Veremos mais sobre o assuntos nos próximos artigos.
Referências:
Gestão da Qualidade. Edson Pacheco Paladini. Editora Atlas. 2ª edição.
A arte de fazer acontecer. David Alen. Editora Campus, 4º Edição
