A primeira fralda de plástico, uma capa plástica feita de cortina de banheiro, foi um avanço no sentido de promover a liberdade para as mulheres. Mas como qualquer inovação, a questão apresenta prós e contras. Se por um lado a fralda descartável tornou possível o crescimento da mulher no mercado de trabalho, com o aumento da população mundial a destinação desses resíduos se tornou um problema.

Pesquisei o assunto e descobri que um bebê pode chegar a usar 5.000 fraldas até os dois anos de idade. Considerando que a estimativa para decomposição desse resíduo é de 450 anos e que cerca de 2% de todo o lixo nos aterros sanitários são fraldas, a questão toma proporções gigantescas. Mesmo com as propostas para reciclar essas fraldas, não podemos esquecer o passivo ambiental originado por mais de quarenta anos de descarte.

Há também o aspecto econômico. Quando falamos de fraldas descartáveis, mesmo adquirindo um produto mais barato, os gastos apenas com fraldas podem ficar em cerca de R$ 2.500,00 nos dois primeiros anos no bebê. Uma pequena fortuna que vai, literalmente, para o lixo!

Mas além da questão econômica, também é preciso avaliar o impacto desses produtos no meio ambiente. As fraldas descartáveis são práticas, mas difíceis de reciclar. Boa parte dos materiais é derivada de petróleo, ou seja, não renovável, demorando gerações para se decompor no meio.

Assim, como uma boa alternativa para a questão, temos as fraldas de pano. Mas, calma! Não falo daqueles tecidos quadrados de algodão. Refiro-me aos modelos modernos, muito semelhantes às fraldas descartáveis, com um excelente forro em tecido super absorvente que substituem as descartáveis sem perda de qualidade e com muito conforto.

Essas fraldas de pano podem ter vários tamanhos ou ter um tamanho único com vários ajustes, se adequando ao crescimento do bebê. Em geral, são feitas em materiais confortáveis e com tecidos internos de alta absorção, evitando que o bebê fique molhado ou frio.

Mas o interessante aqui é a quantidade de fraldas. Enquanto precisaríamos de 5.000 fraldas descartáveis para os primeiros dois anos, apenas 20 unidades do modelo ajustável suprem a mesma necessidade. Por isso, acabam sendo mais econômicas. Para essa quantidade se gasta cerca de R$ 900,00. Uma bela diferença, não é mesmo?

A discussão entre usar ou não fraldas de pano, levando em consideração o aspecto ambiental, passa também pela quantidade de água usada para a lavagem das mesmas. Alguns estudos comparativos já mostraram que, em relação à pegada ecológica da água, as fraldas descartáveis poderiam ser a melhor opção. Ainda assim, o impacto ambiental total do uso de fraldas de pano é significativamente menor que das fraldas descartáveis. Veja o quadro abaixo:

 

Análise de Ciclo de Vida em um estudo da Pegada Ecológica. Fonte: daqui

Assim, desde que corretamente manuseadas, as fraldas de pano apresentam uma pegada ecológica significativamente menor. Mesmo com a falta de tratamento do esgoto (quadro existente até em cidades como São Paulo), a lavagem das fraldas com sabão de côco, ou outro sabão biodegradável , reduz tanto os problemas na geração de resíduos como as chances de desenvolver alergias na criança. Se a fralda for produzida em algodão orgânico ou em tecido sustentável, melhor ainda. Ambas as matérias primas são geradas por processos que buscam o uso racional dos recursos, reduzindo ainda mais o impacto do produto no meio.

Por isso, vale a pena avaliar a questão na ponta do lápis e na lixeira de casa. Não é porque jogamos fora toda semana que o lixo deixa de existir. Ele apenas muda de lugar. E não é muito agradável imaginar-se responsável por uma pilha de 5.000 fraldas usadas, não é mesmo?

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Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.