Minha sala - destaque para o quadro e o vaso

Há momentos em que os excessos parecem estar intrinsecamente ligados ao estilo de vida das grandes cidades. É o excesso de trabalho, o excesso de trânsito, o excesso na alimentação, o excesso de desperdício, o excesso de taxas, tudo monopolizando tempo, dinheiro e energia. Com todos esses excessos, nosso custo de vida aumenta. E, claro, nem sempre os rendimentos aumentam na mesma proporção. Por isso, é cada vez mais importante refletir sobre os excessos e planejar o uso dos recursos privilegiando o que realmente é necessário.

Nesse contexto, o Estilo Minimalista prima pela manutenção dos itens mínimos necessários para que um ambiente cumpra com seu objetivo principal.  Por exemplo, se a razão de ser de um quarto é que se possa dormir nele, então o mais importante é que possua um cama confortável e mais uns poucos itens.

Observe as imagens de ambientes nas revistas de decoração. Grande parte deles é minimalista. Poucos móveis e objetos, superfícies limpas e paredes livres passando uma agradável sensação de harmonia, onde tudo está “em ordem”.  Além dessa sensação de ordem, um ambiente com poucos itens evita a distração ocasionada pela desorganização.

Quem já não chegou em casa ou no escritório, com um objetivo específico em mente, mas, ao observar tantas coisas fora do lugar (ou por fazer), acabou deixando o objetivo inicial de lado?

Quando se opta pelo estilo minimalista, algo muito interessante acontece: não só os ambientes passam a ser mais organizados como também a simplificação se estende a armários, estantes, cômodas, gaveteiros e outros. A idéia de viver com o mínimo necessário reflete também em outras áreas da vida, nos ajudando a valorizar qualidade acima de quantidade – o que nos torna mais críticos e menos suscetíveis aos apelos consumistas.

Principais características de um ambiente minimalista

Um ambiente minimalista tem apenas as mobílias essenciais, valorizando o uso ou a importância delas. Um quarto, por exemplo, tem apenas uma cama, um armário, um ou dois criados-mudos e algum outro item importante para o morador (uma poltrona, uma estante para livros, um cabideiro etc.). Já um escritório teria as mesas de trabalho em uso, alguns gaveteiros, armários (altos ou baixos) e cadeiras, com poucos itens na mesma área e privilegiando a circulação.

Os móveis apresentam as superfícies limpas. Com exceção de algumas peças decorativas, as superfícies são livres de itens acumulados ou a processar, como livros, correspondências, revistas, entre outras coisas. Outra característica é valorizar a qualidade e não a quantidade. Ao invés de ter vários itens de menor importância, um ambiente minimalista privilegia o destaque para as peças relevantes.

Por fim, um ambiente com o mínimo de itens é mais fácil de manter limpo e com a aparência de organizado.

Como criar um ambiente minimalista

A não ser que esteja de mudança, o ideal é analisar uma área ou cômodo de cada vez. Isso ajuda a manter o foco e a não desanimar. Primeiro, analise o mobiliário. Observe o espaço disponível, a circulação e identifique os itens que estão sem função ou “sobrando” naquele ambiente. Privilegie o uso e diminua a quantidade de mobílias no ambiente, deixando só o essencial.

Mantenha apenas os itens que tenham significado para você. Estes podem ficar à vista como peças de decoração, serem guardadas para uso em outras áreas ou como opção para mudar a decoração posteriormente. Em contato com o chão, só a mobília. Os demais itens devem estar sobre a mobília ou guardados.

Mantenha as superfícies dos móveis limpas, com exceção de uma ou duas peças de decoração. Faça o mesmo com as paredes, evitando a tentação de migrar o que estava no chão para elas. Prateleiras também devem ter superfícies livres, sem acúmulo de objetos. Se tiver muitos livros, CDs ou DVDs para acomodar, prefira estantes fechadas. Além de proteger os itens, permitem que o ambiente tenha um visual limpo.

No caso das janelas, evite cortinas demasiadamente ornamentadas. A não ser que você goste muito desse tipo de cortina, optar por modelos mais simples (ou por nenhum modelo) garante um visual limpo. Padrões básicos, linhas simples e cores sólidas são ideais quando se deseja obter um ambiente harmonioso, com poucas distrações visuais.

Organize também a área da “bagunça”. Se deixar que os itens se acumulem sem controle, logo eles retornarão à origem. Guarde ou disponha os itens que sobraram. Aqueles que decidir manter devem ser guardados em armários fechados ou no sótão. Para os demais, venda ou troque por algo que esteja precisando ou doe.

Considerações

Adotar um estilo minimalista não significa privar-se de desfrutar dos itens que apreciamos. Ao contrário, ajuda a destacar aqueles mais significativos dos adquiridos por impulso. Dessa forma, a simplificação de ambientes é um grande aliado do orçamento, pois manter o mínimo necessário de itens significa escolher melhor o que vai permanecer no ambiente e, conseqüentemente, o que vai adentrá-lo futuramente. Gasta-se de forma mais comedida e inteligente.

Referências:

Publicado originalmente no Dinheirama.

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Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.