3308086511_8e944de6d8Quando as empresas nos entopem de propaganda tentando seduzir com esse ou aquele equipamento eletrônico, ela nunca comenta sobre o que fazer com o seu equipamento usado. É claro que muitos deles podem ser vendidos e doados, mas o que acontece é que a maioria vai para o lixo, sem choro nem vela. Afinal, estamos acostumados a jogar no lixo tudo aquilo que não serve mais, sejam embalagens de lanchinhos, papeis de bala, revistas, roupas, animais de estimação e artigos eletrônicos. Sabe aquele cabo de dados para celular da marca A que não serve no aparelho novo marca B? Pois é, a indústria pensou em tudo. Você terá que comprar outro cabo e jogar o velho fora. Lindo esse mundo, não é mesmo?

E qual o impacto desse lixo eletrônico no meio ambiente? O pior possível. Primeiro, porque um computador (por exemplo) tem 94% de materiais que podem ser recuperados, o que diminuiria a necessidade de exploração dos recursos naturais. E esse material vai para onde? L-I-X-O! Segundo, porque todos os equipamentos possuem, em menor ou maior grau, metais pesados e tóxicos que contaminam o solo, os rios e os lençóis subterrâneos, reduzindo a quantidade de água limpa disponível para consumo humano, além de causarem a bioacumulação por organismos vivos (plantas, animais e o homem). (fonte: daqui)

Mas, apesar de comprovado o impacto negativo que o lixo eletrônico representa para o meio ambiente, o tal do grupo de trabalho responsável pelo projeto de lei que tenta (desde 1991) criar a Política Nacional de Resíduos Sólidos retirou a menção de produtos eletro-eletrônicos do artigo que trata da logística reversa e da reciclagem. Ou seja, a indústria de um dos piores tipos de lixo não terá qualquer obrigatoriedade em dar destinação aos seus resíduos, transferindo essa responsabilidade para a sociedade. Afinal, quem mandou comprar seus produtos?

Agora, se você não concorda com essa visão míope da indústria, faça sua opinião valer!!! Assine o Manifesto Lixo Eletrônico exigindo que todos os equipamentos também sejam incluídos na legislação que obriga os fabricantes a fazer logística reversa e reciclagem. E mais: seja um consumidor consciente. Observe as iniciativas das empresas de bem antes de comprar, e só compre o que precisar, se realmente precisar, dando uma destinação digna para os equipamentos usados. Lembre-se que o seu lixo pode ser um tesouro para outras pessoas.

Créditos pela foto: Marco Gomes


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.