Passado o Natal e o Ano Novo, inicia-se aquela fase bem conhecida de todos os pais com filhos na escola: compras de material escolar. E como essa é uma fase que acontece em conjunto com outras, como os inevitáveis IPVA e IPTU, nada como algumas dicas para ajudar a reduzir os gastos nessa época.

1. Combater os desejos de marcas gerados pela mídia e reutilizar – não temos como controlar tudo o que nossos filhos assistem na televisão e sabemos que eles são bombardeados constantemente com propagandas de inúmeros produtos. Então, quando vamos às compras escolares, sofremos com a determinação das crianças sobre o que elas querem, sem considerar utilidade e custo. Embora com pouca experiência de vida, as crianças sofrem com a pressão das marcas logo cedo. Sempre existem coleguinhas com roupas “na moda”, cadernos mais bonitos (e caros), canetas de todas as cores (renovadas a cada ano). Por isso, precisamos libertá-las dessa situação. O melhor é reduzir as expectativas e mostrar que o mais importante é a utilidade, não sua apresentação. Reforçar também que quanto mais se compra, mais o Planeta sofre. Assim, reutilizar os materiais do ano anterior é muito importante. Quem é que gasta uma caixa de lápis de cor todos os anos? E cadernos de desenho, brinquedos de montar, massinhas de modelar, mochilas e lancheiras? Será que elas precisam ser trocadas todos os anos?

2. Levantar as necessidades de materiais – muitas escolas particulares apresentam uma lista gigante de materiais todos os anos, muito parecida com a do ano anterior. Como comentei acima, será que os pais tem que comprar tudo isso mesmo? Por isso, negocie. Verifique qual a programação de atividades e se o material realmente será usado. Durante o ano letivo, cobre o uso do material e incentive os outros pais a fazerem o mesmo. Com essa marcação cerrada, a escola terá que rever suas necessidades e, quem sabe, aprender a reciclar e reutilizar os materiais.

3. Livros – os livros não mudam todos os anos de série para série e deveriam ser revendidos de aluno para aluno (desde que estejam em bom estado). Se não existe essa possibilidade na escola, uma solução é procurar nos chamados “Sebos”. Existem boas opções na internet, como o Estante Virtual e o Traça. Você pode tentar comprar os livros com os pais dos alunos que passaram de ano, mas isso é mais fácil na última reunião de pais do ano letivo. 

4. Uniformes – em geral, os uniformes das escolas não mudam todos os anos. Assim, só existe necessidade de comprar novos quando os antigos estiverem muito ruins (até para as atividades esportivas). Em geral, calças rasgam nos joelhos, camisas e blusas rasgam nos cotovelos. Assim, uma opção é fazer como nossas avós faziam: costurar um reforço em tecido jeans ou outro tecido grosso. Pode não ser lá muito fashion, mas é funcional. O uniforme vai durar por mais tempo e, quando não tiver mais jeito, você pode transformar as calças em bermudas e as camisas em camisetas.

5. Compras – Com a lista pronta, vamos à luta! Faça sempre mais de um orçamento e use a internet para tal. Sites como o Buscapé e o BondFaro ajudam na hora de localizar lojas que vendem o que você precisa. Pesquise bastante e sempre tente conseguir um desconto. Os preços dos materiais ficam muito elevados nessa época.

Muitas das sugestões podem causar certo impacto nas crianças, que pode ser reduzido com educação financeira. Para isso, sugiro um estudo, junto com seu filho, do livro “O Menino do Dinheiro” de Reinaldo Domingos. Segundo resenha no site do Instituto Disop:

“O Menino do Dinheiro oferece também aos pais a oportunidade de repensarem sua relação com o dinheiro e orienta como falar com os pequenos sobre finanças”.

Para concluir, como comentei nos artigos Comprar menos é a ação mais efetiva para combater as mudanças climáticas e Os presentes de Natal e as despesas de Ano Novo, estamos num momento que pede reflexão. Não só sobre objetivos e metas, como também mudanças de atitudes. Continuar a consumir os recursos do nosso Planeta como se esses não tivessem fim já está fora do nosso alcance. Hoje, embora tenhamos enormes abismos entre as classes sociais, consumimos mais do que a Terra é capaz de repor. Assim, nunca se sinta mal por deixar de comprar algumas coisas para os filhos. Eles precisam aprender, desde cedo, que a vida é muito mais do que consumir.

Lembre-se: você sabe o que é melhor para a criança e para a família. Concessões são necessárias para o bem de todos e seu filho precisa estar ciente disso.

 

Créditos pela foto: Avolore


Elaine Maria Costa
Elaine Maria Costa

Elaine Maria Costa é administradora, coach e permacultora, faz compostagem doméstica desde 2009. Em 2013 mudou-se de uma área urbana para morar numa chácara em Embu das Artes – SP com o objetivo de ter maior qualidade de vida, contato com a natureza e sustentabilidade pessoal.